Brasília, 55 anos, cidade em construção – Núcleo Bandeirante

Segundo o Arquivo Público do Distrito Federal, o Núcleo Bandeirante foi criado em 1956 com a chegada dos primeiros pioneiros. A região foi a primeira cidade-satélite do Distrito Federal e, naquela época, era chamada de Cidade Livre.

Aos 71 anos, Catarina do Nascimento conta que a situação financeira da família fez com que ela saísse de Anápolis (GO), em 1957, com a tia e a irmã em busca de trabalho na capital federal.

“Tivemos um período aqui muito difícil, não tinha energia. Água, a gente buscava da bica. Para lavar roupa, tinha de ir no córrego. No tempo de poeira, era só poeira que cobria tudo. Na época de lama, era só lama.”

Ainda assim, ela afirma que sempre gostou de morar na cidade. “Era uma época muito boa, o povo respeitava a gente, se você precisava de uma ajuda, sempre tinha gente.”

Dona Catarina viu Brasília crescer, acompanhou a construção da capital e viu também a transformação do Núcleo Bandeirante. Morou em outros lugares, mas acabou voltando para lá.




“A gente conhece todo mundo, bate papo com os vizinhos, não falta nada de comércio. Para mim, é a melhor cidade de Brasília para morar”, conta Catarina que viu os filhos crescerem na cidade. Para que o local fique ainda melhor, ela acredita que falta um pouco mais de atenção por parte dos governantes.

“Não tem calçamento, tem lixo na rua, isso também depende muito do povo. Sinto que o Núcleo Bandeirante é muito desprezado pelos políticos.”

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

Brasília, 55 anos, cidade em construção – museu nacional da República

Inaugurado em 15 de dezembro de 2006, o Museu Nacional do Conjunto Cultural da República virou, em pouco tempo, um espaço de encontro do brasiliense e de quem mora na cidade. Para o poeta Nicolas Behr, o museu “é um espaço que pegou”. Ele destaca o potencial do local que abriga shows e grandes eventos na capital. Durante os finais de semana, skatistas ocupam a grande área cimentada com suas manobras.




“Só sinto falta de árvores ali. Aquele calçadão, aquela coisa árida, bem Niemeyer, podia ter árvores. Falta humanizar. Mas é um grande espaço, é perto da rodoviária, de acesso fácil. Brasília precisa mais desse tipo de espaço. Mostra que o brasiliense tem sede de encontro”, destaca o poeta.

O Museu Nacional do Conjunto Cultural da República é obra do arquiteto Oscar Niemeyer e fica localizado na Esplanada dos Ministérios.

O Conjunto Cultural da República é composto pela Biblioteca e pelo Museu Nacional, idealizados por Lucio Costa e previstos desde o final da década de 1950. Com obras iniciadas em 1999, o Museu Nacional representa uma síntese arquitetônica da modernidade que compõe os monumentos da Esplanada, segundo a Secretaria de Cultura do Distrito Federal.

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

***

Leia mais:

Brasília, 55 anos, cidade em construção – Lago Paranoá

Formado artificialmente pelo represamento de diferentes cursos de água, o Lago Paranoá foi construído em 1959 para aumentar a umidade das áreas próximas. Com uma área de 38 km², o lago já passou por um processo de despoluição e hoje enfrenta problemas com a ocupação irregular de sua orla.




O lago é um importante espaço de lazer para quem mora na cidade. Dono de um clube de esportes náuticos, Marcello Morrone conta que sua empresa é procurada por pessoas que querem se divertir e praticar esportes na água, como a vela e o Stand Up Paddle (SUP).

Para ele, mesmo dentro dos limites da cidade, o lago proporciona um “desligamento” do corre-corre.

“Aqui, a cinco minutos da Esplanada dos Ministérios, a gente tem um ambiente com natureza totalmente preservada, com um monte de bichos, passarinhos. A gente consegue se desligar da cidade totalmente”, destaca.

Apaixonado por mergulho, o advogado Rodrigo Canalli vai pelo menos uma vez por semana ao lago.

“O Rodrigo que sai do mergulho é sempre um Rodrigo renovado. A cabeça volta diferente. É quase uma experiência de meditação”, relata.

Para Canalli, o lugar oferece um lazer democrático. “Perto da barragem do Paranoá, a gente percebe famílias e crianças em diversas atividades, até mesmo o banho. São tribos e grupos completamente diferentes que se misturam.”

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

***

Leia também:

 

Brasília, 55 anos, cidade em construção – Juscelino Kubitschek

Em 19 de setembro de 1956, o presidente Juscelino Kubitschek sancionou a Lei nº 2.874, que fixava os limites do futuro Distrito Federal e autorizava o governo a instituir a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

No dia 2 de outubro do mesmo ano, acompanhado de pequena comitiva, JK embarcou para o Planalto Central para conhecer o local estipulado para a construção de Brasília. Poucos dias depois dessa viagem, foi estabelecido o prazo de três anos e dez meses para a construção da nova capital, inaugurada em 21 de abril de 1960. Cerca de 60 mil candangos (trabalhadores de todo o país) vieram para trabalhar na construção da nova capital.




Para o professor do departamento de história da Universidade de Brasília Celso Silva Fonseca, JK tinha uma personalidade empreendedora o que contribuiu para a construção de Brasília em tempo recorde. “Ele pensava [de forma] macro, em uma perspectiva de média duração e era bem articulado politicamente.”

Brasília, 55 anos, cidade em construção – Igrejinha Nossa Senhora de Fátima

A Igrejinha Nossa Senhora de Fátima foi a primeira capela de alvenaria inaugurada em Brasília, em 1958. Projetada por Oscar Niemeyer, foi a primeira obra na capital a contar com azulejos do artista Athos Bulcão – que revestem as paredes externas.

Construída em cem dias, foi erguida para pagar uma promessa da primeira-dama Sarah Kubitschek, feita pela cura de uma de suas filhas. A capela tem o formato de um chapéu de freira.


A jornalista Bruna Presmic, 32 anos, conta que realizou um sonho ao se casar na Igrejinha em maio do ano passado. Ela estudou na Escola Classe 308 Sul, que fica atrás da capela, e morou naquela região quando pequena.

“Sempre tive vontade de casar em um ponto turístico e queria que a igreja fosse pequena, intimista e bem colorida. As fotos do casamento ficaram maravilhosas. Além de ser linda, é a igreja mais presente na minha infância.”

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

Exit mobile version