A instalação do município de Irecê aconteceu poucos dias após 31 de maio de 1933, conforme registro do jornal Correio do Sertão, o segundo mais antigo da Bahia.
No mês seguinte, em julho de 1933, Honório de Souza Pereira, diretor proprietário do referido jornal, fez um relato dos acontecimentos relacionados a posse do primeiro prefeito do município.
O projeto urbanístico de Lucio Costa para a nova capital tinha como base a ideia de quadras, compostas por 11 edifícios de seis pavimentos sobre pilotis. Cada conjunto de quatro quadras formaria uma superquadra, unidade de vizinhança provida de equipamentos de serviços e comércio para a comunidade que vivia na região.
Em 1987, aos 27 anos, Brasília recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. A cidade foi o primeiro sítio urbano contemporâneo inscrito na lista de patrimônio mundial da organização.
“Brasília tem uma concepção urbanística inovadora, arrojada. Com a concepção arquitetônica do Niemeyer, esse conjunto trouxe para o plano urbanístico de Brasília os princípios do movimento moderno e deu materialidade para esses princípios coroando um processo de interiorização do país”, explica a coordenadora de Cultura da Unesco, Patrícia Reis.
Hoje, 28 anos depois, a cidade ainda vive um processo de crescimento e, para que seja preservada, a Unesco e os governos trabalham pela manutenção do patrimônio. A Unesco realiza missões de monitoramento e faz proposições.
Patrícia conta que recentemente foi assinado um acordo de cooperação entre o governo federal e o Distrito Federal para o estabelecimento de estratégias comuns para a preservação da cidade.
“Essa era uma recomendação recorrente das missões de monitoramento da Unesco. Demonstrar capacidade e vontade política do governo federal e do governo do Distrito Federal de estabelecerem juntos os instrumentos de gestão do patrimônio cultural. Esse é o melhor presente que a cidade poderia ganhar nos seus 55 anos”, avalia.
Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira
“Nunca houve um casamento tão feliz entre urbanismo e arquitetura”, avalia o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Distrito Federal, Carlos Madson, sobre a importância de Oscar Niemeyer e Lucio Costa para construção de Brasília.
“É impossível a gente dissociar a arquitetura de Niemeyer do projeto urbanístico de Lucio Costa”, completa.
Brasília é marcada por grandes prédios públicos que levam a assinatura de Niemeyer. O Congresso Nacional, os palácios da Justiça, do Planalto, da Alvorada, os ministérios e a Catedral Metropolitana estão entre as obras mais significativas.
“Ele está seguramente entre os cinco maiores arquitetos do mundo de todos os tempos. É reconhecido internacionalmente e definiu um estilo arquitetônico. A grande contribuição do Oscar Niemeyer, além da sua arquitetura em si, é que ele conseguiu uma perfeita integração com o urbanismo de Lucio Costa”, avalia Madson.
O projeto urbanístico de Costa, que foi vencedor em 1957 do concurso para o Plano Piloto da nova capital do país, agradou pelo conceito inovador de cidade horizontalizada, na contramão do que se praticava nas grandes cidades brasileiras, segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil.
Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira