Brasília, 55 anos, cidade em construção – Hotel Palace

Projetado por Oscar Niemeyer e com painéis do artista plástico Athos Bulcão, o Brasília Palace Hotel foi fundado em 1958 pelo presidente Juscelino Kubitschek.

Foi o primeiro hotel da capital federal e hospedou, segundo o governo do Distrito Federal, personalidades ilustres como a Rainha Elizabeth II da Inglaterra, o guerrilheiro Che Guevara e a ex-primeira-ministra da Índia Indira Gandhi. Foi fechado após um incêndio em 1978.

Por vários anos, o esqueleto do prédio às margens do Lago Paranoá chamou a atenção dos brasilienses. Depois de restaurado e recuperado, voltou a funcionar em 2006.




“O que me encanta no hotel é que é a primeira obra de estrutura metálica feita em Brasília que, logo em seguida, foi usada para fazer os ministérios. Era uma época em que o Brasil não usava estrutura metálica em suas obras. É um projeto moderno, tem Athos Bulcão, um jardim maravilhoso que dá para o lago [Paranoá]. É de uma elegância concisa”, destaca a jornalista Conceição Freitas.

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

Brasília, 55 anos, cidade em construção – Gírias

“Mó legal”, para dizer que algo é muito legal, “pardal”, para se referir ao radar de trânsito e “bloco”, para um edifício.

Se você é de Brasília ou vive aqui, deve ter essas expressões no seu vocabulário. Não é possível dizer que elas nasceram aqui ou que são exclusivas da capital, mas já fazem parte do modo de falar dos brasilienses. O jornalista baiano Marcelo Torres ficou tão curioso com as palavras usadas na cidade que escreveu um livro sobre o tema.

“Tem o ‘xô te falar’ [deixa eu te falar], ‘xô te perguntar’. Outra coisa difundida entre os adolescentes é o ‘tipo assim’ [do tipo], o ‘véi’ [forma de tratamento entre amigos], e o ‘mó’. Esse ‘mó’, de maior, é uma coisa bem típica daqui”, explica Torres.




Outra curiosidade é o sotaque do brasiliense. Afinal, ele existe? A professora do Departamento de Métodos e Técnicas da Universidade de Brasília (UnB) Stella Maris Bortoni explica que, apesar de a cidade ter  atraído muitas pessoas de outras regiões, a fala do brasiliense não é marcada por um sotaque.

“Temos uma característica interessante porque a gente não percebe traços de outras regiões. Não há nada na fala, no ponto de vista da acústica fonética, que marque como de outra região. O que marca é a ausência de traços das outras regiões. Pode perceber alguma marca, mas é sutil.”

Segundo a professora, as pesquisas sobre linguística mostram que o brasiliense ainda não tem um falar próprio. “A cidade só tem 55 anos e isso leva 3, 4, 5 gerações.”

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

Brasília, 55 anos, cidade em construção – faixa de pedestres

Elas estão em diferentes pontos da cidade e facilitam a travessia de quem caminha pelas ruas de Brasília. Apesar de estar presente em todas as cidades do país, a faixa de pedestres ganhou um novo status na capital federal quando, há 18 anos, uma intensa campanha começou a mudar o comportamento do brasiliense no trânsito.




“Houve uma mobilização de massa com vários órgãos governamentais e não governamentais para que a sociedade começasse a respeitar as leis e principalmente o uso das faixas”, explica a diretora de educação de trânsito do Detran-DF, Gláucia Simões.

Para garantir que Brasília continue ocupando um lugar de destaque e seja vista como exemplo para outras cidades, Gláucia aposta no investimento em educação. “A gente precisa manter esse tipo de campanha e de ações educativas para que a gente não perca esse referencial.”

As crianças, segundo ela, são parte importante desse processo. “A criança, além de aprender a como se portar no trânsito, também cobra dos pais um comportamento adequado”, explica. Para este ano, as campanhas nas escolas já começaram e a ideia é que sejam ampliadas.

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

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Leia mais:

Brasília, 55 anos, cidade em construção – esplanada dos ministérios

Localizada no Eixo Monumental, a Esplanada dos Ministérios é um dos locais mais conhecidos de Brasília. Para além do burburinho dos dias de semana e das decisões tomadas no centro político do país, a Esplanada se transforma nos finais de semana e abriga um outro público, formado por turistas, moradores que andam de bicicleta, além de esportistas.

Nas tardes de sábado e domingo, jogadores de futebol americano reúnem-se no extenso gramado em frente ao Congresso Nacional para praticar o esporte.

A desenvolvedora de software Raquel Araújo, 29 anos, presidente da Associação de Futebol Americano Brasília Alligators, conta que os times masculino, feminino e juvenil precisavam de um gramado com boa qualidade que comportasse até 50 pessoas por jogo. “O time é nossa família e a Esplanada é a nossa casa.”

Segundo ela, os jogadores sentem falta de uma estrutura como banheiros químicos e pontos de venda de água. “A gente já se adaptou a essa falta de estrutura, mas os turistas sofrem mais.”

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

Brasília, 55 anos, cidade em construção – dom bosco

Em 1833, Dom Bosco teve um sonho sobre uma região de riquezas entre os paralelos 15° e 20°. Durante a construção da cidade, surgiu a crença de que a profecia se tratava da capital brasileira. Por isso, a homenagem ao santo que, anos depois, se tornou o segundo padroeiro da cidade, ao lado de Nossa Senhora Aparecida.

A Ermida Dom Bosco foi inaugurada em 1957 e foi o primeiro templo construído em Brasília, à beira do Lago Paranoá. A pequena construção fica em um ponto por onde passa o paralelo 15.

Em 1980, o então papa João Paulo II esteve em Brasília para abençoar uma estátua de Dom Bosco. Durante o discurso, o pontífice relembrou a relação entre o santo e a capital brasileira marcada pelo sonho.

Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira

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