Em minha simples opinião, a Internet merece todo o avanço que está tendo, porque é democrática, abre oportunidade para quem tem qualquer tipo de projeto importante e une as populações dos quatro cantos do planeta. Através da Internet, as pessoas têm a liberdade de mostrarem o que pensam, organizar protestos, derrubar ditaduras, fazer algumas empresas corrigirem seus erros, aprenderem novos idiomas, enfim, não existem limites.
Henry Blodget, depois de estudar as dinâmicas vivenciadas pela imprensa ao longo dos últimos sessenta anos, afirma em Business Insider que está perto de a televisão comercial sofrer o impacto de uma queda dramática, por conta da ruptura tecnológica. E diz “Não quero ser alarmista, mas o negócio na TV está começando a entrar em colapso”.
Existe uma série de realidades em que me vejo plenamente refletido: o tempo assistindo TV na minha casa mudou bastante nos últimos anos, exceto para eventos esportivos, diz Henry Blodget. Todos os dias é a televisão que é adiada, pois assistimos através do DVR e, é claro, evitamos todos os intervalos comerciais. O canal que domina nossa grade é, sem dúvida, Tele-torrent, que são a grande maioria das séries. Se vemos televisão ao vivo, o surgimento de uma pausa comercial demanda uma ação rápida que é passar rapidamente, mudar de canal, dirigir a atenção para outro dispositivo ou fazer outra coisa.
Se a televisão depende de espectadores como nós, a evidência é clara: engana alguns anunciantes que realmente acreditam que seus anúncios chegam até nós. Ou melhor, os próprios anunciantes são aqueles que se iludem em acreditar no que querem acreditar e escondem a cabeça na areia para as provas do contrário.
A informação, a cada dia mais, vem através da rede, e não através da televisão. Além disso, se vemos um informativo, temos a sensação de que estão nos contando o que já vimos na rede há muito tempo – às vezes dias ou mesmo semanas antes. O tempo gasto na televisão se nivela ao gasto com outros dispositivos que lhe roubam a atenção e são usadas para compartilhar com outras pessoas o que estamos vendo.
Pagamos por um pacote de canais, mas temos a sensação de perder 90% do que pagamos. Certamente o conteúdo televisivo não está morto, mas o modo de financiá-la terá que mudar, assim como a ideia de que a televisão é a rainha da publicidade. Afinal, atualmente a publicidade televisiva não nos interessa.
E o futuro?, pergunta Henrique Dans, em seu blog. Sem dúvida, diferente. O artigo de Blodget aponta para bibliotecas de conteúdo que são acessados por vários sistemas, variando de taxa fixa para o micro-pagamento, através de publicidade em diferentes formatos. Cadeias tradicionais sendo substituídas por serviços sob demanda, não desaparecerão. A queda será mais lenta do que parece, porém deverão reorganizar-se, adaptar-se, reduzir custos, tornarem-se muito mais eficientes, repensar seus formatos de publicidade. As marcas não vão continuar pagando por um alcance falso e por preços abusivos, como quando a televisão era a única maneira de alcançar uma audiência massiva.
Atualmente, as audiências não são tão enormes, nem faz tanto sentido dirigir-se a elas com uma ferramenta unidirecional.