07Continuação da Parte 1
Sua vinda para Irecê
No dia 3 de dezembro de 1970, Dr.Nobre / Manoel Nobre Filho chegou a Irecê, vindo de Juazeiro, onde tinha passado seis meses. Teve poucos clientes lá e estava decidido a voltar para o Rio de Janeiro, mas um colega o convidou a vir conhecer o sertão de Irecê.
Dr. Nobre aceitou o convite e veio para cá, disposto a passar quinze dias e por incrível que pareça, durante este período, ganhou mais dinheiro aqui, do que os seis meses que trabalhou em Juazeiro.
Retornou ao Rio de Janeiro, para tirar umas férias, ficando lá um mês e alguns dias. Voltou para Irecê e até hoje continua na batalha.
“Graças ao povo que me acolheu em Irecê, fui bem sucedido e graças a Deus até hoje, continuo batalhando, procurando sempre não decepcionar àqueles que acreditaram e acreditam no meu trabalho”.
Formação profissional bastante conceituada
O Instituto de Pesquisa Opinião esteve em Irecê, fazendo uma pesquisa sobre profissionais e empresas nota dez. O oftalmologista Dr. Nobre ficou em primeiro lugar, com quarenta e quatro por cento, enquanto os outros profissionais juntos não chegaram a este total.
“Eu tenho uma formação profissional bastante conceituada. Desde o quarto ano de Medicina já me enfronhava dentro da oftalmologia. E quando eu cheguei ao sexto ano, já fazia muita coisa em oftalmologia, graças ao professor da faculdade, Paiva Gonçalves Filho, que me ajudou em muito nessa formação”.
Depois de se formar em Medicina, fez mais três anos de pós-graduação, ganhando muito pouco, mas aprendendo muito com bastante segurança. Deste modo, quando saiu para a luta, para enfrentar a profissão, já tinha uma bagagem boa e não teve nenhum receio de enfrentar os problemas que normalmente aparecem.
Por se dedicar tanto a sua atividade, agindo com extrema responsabilidade, Dr.Nobre / Manoel Nobre Filho ganhou um conceito muito bom em toda a região. Mesmo não atendendo com convênios, ele tem uma clientela razoavelmente boa, em toda redondeza. Atende, por exemplo, pessoas de outras cidades como Jacobina, Morro do Chapéu, Tapiramutá, e há até o caso de uma pessoa, que já morou em Irecê, foi para São Paulo e retornou de férias só para se consultar com ele.
“Grande parte de minha clientela é antiga. Estes não me abandonaram, graças a Deus!”.
Atualmente tem havido um contato um pouco frio entre os pacientes e certos médicos, que valorizam demais o uso de máquinas. O paciente coloca o queixo em determinada posição destes equipamentos, o médico aperta um botão e tem o resultado do exame na hora. Acontece que este resultado precisa ser burilado, para se chegar a uma conclusão definitiva, pois serve apenas como referência.
Segundo Dr. Nobre, muitos médicos usam estas máquinas para ganhar tempo e muito dinheiro e passam a receita conforme o resultado da máquina. Isso tem levado a muitos erros. Os pacientes procuram tais médicos e eles se recusam a fazer um novo exame, preferem perder o cliente.
“Errar é humano, mas persistir no erro, não é aconselhável”.
Um pouco de si em benefício dos outros
Participou ativamente da criação da antiga ACRI – Associação Cultural e Recreativa de Irecê e foi presidente desta entidade durante cinco vezes e vice-presidente, outra quantidade. Durante o seu período como presidente daquela entidade, promoveu muitos eventos, inclusive o carnaval de Irecê. Contratava conjuntos de fora, a exemplo de Os Terríveis, de Itaberaba e outra banda de Nazaré das Farinhas. No terceiro dia de festas, o Carnaval saía do Clube e ia para a rua.
A ACRI foi passando por outras mãos e acabou sendo abandonada. Foi doada ao Mannaim, uma entidade filantrópica. De certa forma foi entregue em boas mãos, com uma finalidade muito boa.
“Infelizmente em Irecê, área de lazer não se efetiva”.
Além de suas atividades na ACRI, Dr. Nobre também foi diretor do Hospital Regional de Irecê, trabalhando lá sem nenhuma remuneração. É que ele também, durante sete anos, foi presidente da SOCRIB – Sociedade Cristã Beneficente de Irecê – a qual mantinha o Hospital Regional.
“Eu acredito em um Ser supremo. Sou espiritualista e acredito em Deus, em Jesus Cristo”.