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Com tal feito, o autor nos brinda com uma fonte ativa de pesquisa para conhecimento das mais diversas gerações de lapoenses ou interessados que se sucedem e sucederão ao longo dos tempos, desde o momento em que o caçador Pedrinho fez sua descoberta da lapa de pedra grande, contendo nas suas entranhas um bem por demais precioso para o habitante de qualquer região semi-árida.
A partir daí faz a descrição das primeiras habitações acompanhada da lide dos seus ocupantes, até registrar os acontecimentos que mais se destacaram nas fases históricas que se sucedem a nossa formação como povoado pertencente a Morro do Chapéu, passando pelo momento em que Lapão atinge a sua condição de sede de Distrito, como Vila de Irecê, bem como pelo período anterior à emancipação, que vai de 1933 a 1985, para, a partir da independência política narrar os fatos cronologicamente até o fechamento de sua obra em algum ponto do ano de 2010.
Aqui vamos ficar sabendo que a povoação da localidade de Lagoa dos Patos se deu bem anterior a de Lapão, hoje sede do município. Dessa forma, considerando que a descoberta da fonte do Lapão se deu por volta do ano de 1900, uma parte do que hoje é Lapão já preexistia por volta de 1880 a 1899, o que ainda não está precisamente identificado.
Considerando a nossa história por essa via de entendimento, passaram-se cerca de, pelo menos 55 anos até alcançarmos à categoria de sede de distrito subordinado a Irecê; e, de que ficamos exatos 30 anos nessa condição até nos tornarmos efetivamente município, em 1985.
Assim, tanto o que aconteceu no Lapão na sua primeira fase histórica – e, de como teria sido a vida da nossa gente enquanto Vila de Irecê, do ponto de vista social, cultural e religioso daqueles que estavam aqui passando sua juventude, infância ou velhice por essa época, quanto alguns casos vão nos contar o bravo autor desta obra, que escolheu a mim, morador que aqui viveu sua infância na segunda metade da fase 2, para prefaciar tão inestimável registro histórico.
Em 1968, ano em que o escritor e jornalista Zuenir Ventura julgou como “o ano que não terminou”, portanto, no ponto alto da ditadura militar que se instalou no Brasil a partir de 1964, eu estava concluindo o curso ginasial, que hoje equivaleria à 8.ª série do ensino fundamental, no então Colégio Cenecista de Lapão.
Como vamos ver aqui as notícias do mundo nos chegavam através do rádio, de emissoras localizadas em Salvador ou no Rio de Janeiro, sendo que as locais, principalmente os recados trocados entre os enamorados, chegavam através dos serviços de alto-falantes da Sociedade Cultural ou da Recreativa, além da programação de cunho religiosa transmitida pelo “Arauto da Paz”, da Igreja Presbiteriana.
Por esse período, o único acontecimento cultural relevante teria sido o da criação do TAL – Teatro de Amadores de Lapão, sob a direção do prof. Evandro Rios, que aqui deixou marcas em boa parte da juventude da época.
Vamos ver também que os dias mais movimentados da semana se davam as 4ª_feiras nas proximidades da Igreja Presbiteriana ou aos domingos na Praça da Cultural. Nessa fase da nossa história, do ponto de vista político, só nos cabia eleger vereador ou vice-prefeito, apesar de Lucas Cardoso, um intrépido empresário agro-industrial que aqui teria chegado por volta de 1940, ter-se ousado a disputar a prefeitura de Irecê, pelo menos uma vez.
O fato de Lucas constituir-se numa liderança potencial em Lapão despertou a ira dos chefes políticos ireceenses da época, ao ponto de não permitir que Lapão conquistasse a sua independência em 1962, contando para isso com a ajuda de boa parte de políticos lapoenses adversários de Lucas Cardoso, que, portanto, votaram contra a sua própria emancipação, por mero capricho político.
Depreende por sua vez nesse mesmo período o esforço abnegado de um conjunto de cidadãos que lutou bravamente pela instalação do primeiro Colégio, o da Cnec, palco e centro das atenções até o surgimento da Prefeitura.
Já a 3ª fase da história política de Lapão aqui retratada compreende o período atual, que começa com a campanha política de 1985, disputada pelos candidatos a prefeito – Valdemar Carvalho, Hermenilson Carvalho e Abderman de Castro Dourado, tendo sido eleito Valdemar, que já era uma forte liderança política atrelada ao staf político de Irecê.
Mereceu destaque, entretanto os fatos narrados pelo nosso autor nos momentos que antecederam a emancipação, como a disputa eleitoral para eleger o prefeito de Irecê em 1982, bem como o da iniciativa do então deputado Edvaldo Santos Lopes na Assembleia Legislativa, que culminou com o plebiscito de 1984.
Os fatos políticos que se sucederão a partir da gestão do 1.º prefeito serão aqui amplamente narrados, mostrando principalmente as conquistas auferidas pelo povo lapoense nos mais diferentes mandatos havidos desde o início da gestão de Valdemar Carvalho, em 1986.
Veremos que avançamos significativamente na montagem de uma infra-estrutura de energia elétrica rural que possibilitou o incremento da agricultura irrigada em nosso meio, permitindo-nos o destaque nacional de 2º maior produtor de cenoura, além do crescimento da produção das demais olerícolas.
Esse progresso econômico dos últimos tempos, contudo, baseado sobretudo no uso indiscriminado da água de subsolo, aliado a um período de longa estiagem, tem nos levado a explorar a exaustão a bacia ou bacias do nosso lençol freático, necessitando, pois de um completo reestudo do modelo econômico vigente não somente em Lapão, mas sim na perspectiva de uma abrangência regional.
Ademais, o inusitado evento das rachaduras, suscitado em 2008, soou como um alerta para a questão ambiental em nosso meio, como oportunamente aborda aqui o autor.
Trata-se de um acontecimento auspicioso para a literatura regional esta atual obra do Jackson Rubem. Levo a certeza de que a obra agradará sobremodo à gente lapoense, bem como a todo aquele que empreender na compreensão e no deleite de sua leitura. Parabéns pelo seu belo trabalho, Jackson Rubem, em nome de todo o povo lapoense.
Hermenilson F. Carvalho
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