O estudante de medicina depende de cadáver para realizar seus estudos. É a única forma de investigar a constituição anatômica e fisiológica do corpo humano.
Acontece que encontrar cadáveres está ficando cada vez mais difícil, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo. Claro que isso não se deve à ausência de mortos, mas sim as dificuldades impostas pelas autoridades. [Video impressionante no final do post]
O cadáver sintético seria a solução?
Uma empresa conseguiu resolver o problema da carência de cadáveres para estudantes de medicina. Está fabricando cadáveres sintéticos tão realistas quanto um ser humano. Tem pele, órgãos elásticos, tendões, respiram, movem-se.
O mais interessante é que este tipo de cadáver não age como uma pessoa sem vida. Desempenha o papel de um paciente vivo, segundo relatório da Gizmag. Os modelos sangram, respiram e até movimentam.
Tudo começou por volta de 2004, quando o Dr. Christopher Sakezles fundou a SynDaver Labs. Na época, ele precisava testar dispositivos médicos, mas não conseguiu financiamento para fazer os testes em animais.
“Comecei desenhando órgãos sintéticos para testar os dispositivos e os aperfeiçoei com o passar do tempo.”
Descrevendo seu produto, disse para o jornal britânico DailyMail: “O produto é bom não só por razões éticas, mas também porque evita o uso de animais e possibilita grande economia de tempo e dinheiro”.
De acordo com a empresa fabricante, cada um dos músculos artificiais, tendões, nervos e órgãos combinam as propriedades mecânicas e térmicas de um tecido vivo”.
Graças a tais cadáveres, estudantes de medicina podem aprender mais sobre o corpo humano e treinarem a fazer cirurgias de forma bem realística.
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O estudo de cadáveres na história
Segundo a Wikipédia, em termos mais restritos e clássicos, a anatomia confunde-se com a morfologia (biologia) interna, isto é, com o estudo da organização interna dos seres vivos, o que implicava uma vertente predominantemente prática que se concretizava através de métodos precisos de corte e dissecação (ou dissecção) de seres vivos (cadáveres, pelo menos no ser humano), com o intuito de revelar a sua organização estrutural.
O mais antigo relato conhecido de uma dissecação pertence ao grego Teofrasto (? – 287 a. C.), discípulo de Aristóteles. Ele a chamou de anatomia (em grego, “anna temnein”), o termo que se generalizou, englobando todo o campo da biologia que estuda a forma e a estrutura dos seres vivos, existentes ou extintos. O nome mais indicado seria morfologia (que hoje indica o conjunto das leis da anatomia), pois “anna temnein” tem, literalmente, um sentido muito restrito: significa apenas “dissecar”.
Galeno que viveu no Império Romano entre os séculos 2 e 3 se tornou um conhecido anatomista. Curiosamente ele nunca abriu um cadáver humano, embora tenha escrito um tratado que por muitos séculos foi considerado a bíblia da anatomia humana. Ele dissecava apenas porcos, macacos e outras espécies animais.
A primeira dissecação de cadáveres em aulas de anatomia teria acontecido por volta do ano 1.300, na Universidade de Bolonha.
A prática de dissecção, no entanto, é considerada por muitos como um desrespeito ao morto. Esta crença força a estudos ilegais. Leonardo da Vinci, por exemplo, escondeu as anotações de seus estudos anatômicos em lugares tão difíceis que somente 300 anos depois de sua morte foram encontrados.
A necessidade de cadáveres para estudantes de medicina era de 200, no ano de 1793. Em 1823, precisavam de mais de mil, só em Londres. O número de cadáveres era sempre insuficiente.
Na época, além da necessidade dos estudantes para seus estudos, os cirurgiões também precisavam praticar em cadáveres antes de fazer uma cirurgia, pois tinham que ser bem rápidos.
Sabem por quê? Não havia anestesia até por volta de 1846 e rapidez significava menos dor.