Marina Silva (PSB) estava passando por um grande dilema: ou apoiava Aécio ou ficava neutra, opção que seria péssimo para ela. Talvez nem tanto, pois milhares de pessoas não foram votar ou votaram branco ou nulo. Talvez se ela ficasse neutra, estaria em sintonia com tais pessoas.
Não ficando neutra, no entanto, ela entra em sintonia com os que discordam do PT, com seu método de governar, e votaram nela. Também com os eleitores de Aécio, que são contra o PT. Quase 60% dos votos válidos. Nem tanto, pois uma pequena parte dos votos de Marina irão para Dilma.
Assim sendo, a terceira colocada na disputa presidencial decidiu apoiar Aécio Neves no 2.º turno da eleição presidencial. Fizeram um acordo programático, ou seja, uma negociação baseada em pontos convergentes nos programas de governo do PSB e do PSDB.
Voltando ao tema “nova política” Marina disse que se negociasse cargos estaria utilizando uma prática da “velha política”. O que pede é um compromisso formal de pontos do programa de governo, anunciados pelo PSB, em agosto.
Claro que o PSDB não vai ser generoso demais na negociação de programas de governo, pois tanto os que votaram em Aécio, quanto os que votaram em Marina, de certa forma, levaram em conta o programa de governo.
Notava-se entre os marineiros, um consenso de que as agressões da campanha petista impediriam uma aproximação com Dilma. “Não há como conversar com o PT”, disse Sérgio Xavier, um dos assessores mais próximos de Marina. “A nova política é você se unir a partir de um programa de governo, e é isso que nós queremos fazer.”
Enfim, neste cenário “macabro” enquanto Dilma evoca os fantasmas do passado, Aécio e Marina se juntam para enfrentar os monstros do presente, citados por ele como inflação, corrupção, insegurança…