Biografia Dr. Edivaldo Araújo – Parte 2
Sugeriu ao seu pai que o deixasse viajar com uns parentes que estavam em Canoão de Ibititá e partiriam para Brasília. O pai deixou e ele se deslocou para o Distrito Federal, de pau-de-arara, um transporte usado normalmente para conduzir romeiros para Bom Jesus da Lapa e também para viagens longas.
Depois de doze dias viajando no pau-de-arara, chegou à Brasília e lá permaneceu durante dez anos, trabalhando e estudando, porque não tinha condições de sobreviver sem trabalhar e não poderia só trabalhar sem estudar, porque não tinha perspectiva de vida.
Fez o segundo grau no Colégio do Núcleo Bandeirantes-DF e frequentou e concluiu os seguintes cursos técnicos, em Brasília: Magistério, Contabilidade e Administração.
Em 1979, fez o primeiro vestibular da Faculdade Católica de Brasília, sendo aprovado no curso de Administração de Empresas. Fez também o primeiro vestibular do CEUB – Centro de Ensino Unificado de Brasília, no curso de Direito e foi aprovado.
Enquanto estudava Direito exerceu diversas atividades em Brasília. Balconista: Supermercados Framélia Ltda. Vendedor: Supermercados Mouramar Ltda. Gerente de Operações: Guarapari Coletivos Ltda. Supervisor de Operações: Empresa de Táxi Dom Bosco Ltda. Despachante Autônomo: Credenciado pelo Detran. Inspetor de Produção: ML – Administração de Seguros Ltda. Estagiário de Direito: Defensoria Pública de Brasília, no ano de 1982.
“Nesse particular Deus me ajudou e consegui, durante esses dez anos, trabalhar, me formar e voltar para minha terra. No início de 1983, retornei para Irecê e me instalei como advogado. Já estou há 21 anos nessa profissão, labutando, trabalhando, batalhando, fazendo jus à formatura e tentando melhorar a sociedade, através da prestação de serviços dignos. Acreditamos que temos feito isso dentro de nossas modestas condições”.
Citações
“Hoje o que sinto muito é a falta de meu pai, Manoel Martins de Araújo e de minha mãe Liberalina Martins de Araújo. Uma de minhas tristezas é não tê-los vivos, perto de mim, para compartilhar comigo os momentos de satisfação que tenho vivido”.
“Em 1994, fizemos a campanha vitoriosa de Beto Lelis para deputado federal e em Irecê ele teve quase três mil votos. A partir de então trabalhamos seu nome como possível prefeito de Irecê, o que aconteceu em 1996, numa campanha memorável. Ele fez um mandato excepcional, tanto que se reelegeu em 2000. Foi uma eleição diferente, pois no próprio dia havia pessoas ensanguentadas, trocando pedradas e pauladas. A vitória de Beto Lelis foi a troco de sangue, suor e muitas lágrimas, porque muita gente chorou durante o pleito, principalmente no dia da eleição”.
“Por causa de sua posição geográfica altamente privilegiada que transformou Irecê em uma capital da região, conhecida no Brasil inteiro, esta cidade tem amplas possibilidades de se desenvolver socialmente, culturalmente, comercialmente, industrialmente e também politicamente. Nós acreditamos nisso e Irecê já deu mostra, principalmente nas épocas de crise, saindo incólume como se nada tivesse acontecido”.
“Nós estamos precisando na verdade é de que os governos federal, estadual e municipal trabalhem em sintonia de tal forma que haja investimentos na cidade e na região que gere emprego, renda, e desenvolvimento”.
“Dizem que o Baixio é de Irecê, mas está para Xique e Sento Sé e até hoje não deu nenhum retorno para Irecê e região”.
“Nossa cidade está atrasada em relação a outras regiões, a exemplo de Barreiras, porque tivemos aqui um período de atraso muito grande. Não vinha para cá nenhuma autoridade. No governo de Beto Lelis tivemos avanços, mas também tivemos esse afastamento”.
“Agora no governo Lula, um governo de esquerda, um governo progressista, há um certo equilíbrio de forças político-administrativa e tudo tende a melhorar, porque não há mais aquele sentimento do poder absoluto que nós tivemos em 2000 em relação ao pleito de Irecê. Se o governo federal não é um aliado absoluto do governo de Irecê, o estadual também não é um perseguidor, não é um oposicionista intransigente. Estamos em um equilíbrio razoável”.
São duas décadas de trabalho e Edivaldo continua com a mesma determinação, com a mesma coragem, de cabeça erguida e pés no chão, como se estivesse começando agora.