Eu não tenho medo de fim de mundo e você tem? Talvez não tenha, mas que a coisa está ficando feia isso é verdade. Eu me lembro de que, há pouco tempo, falar em fim do mundo era coisa de religiosos. Agora quem mais fala são os cientistas. Segundo eles, começou oficialmente a sexta extinção em massa na Terra. Ufa!
E quem são os culpados? Eu, você, os governantes, os cientistas, os fazendeiros, todos nós.
Sei que é bonitinho cuidarmos de animais em casa, comprando ração cara e postando belas fotos no Facebook, Twitter, Google + e outras redes sociais. Ao mesmo tempo que fazemos isso, usamos cosméticos, bolsas de luxo, roupas especiais, muitas dos quais dependem do sacrifício de animais. Você pode reagir: eu não! De que adianta? A culpa é de todos, dizem os cientistas.
As espécies estão desaparecendo atualmente cerca de 100 vezes mais rápido do que a taxa normal e isso é uma estimativa por baixo. E nós, eu, você, os governantes, os fazendeiros ambiciosos que jogam agrotóxico em suas produções, matando pássaros e abelhas, os cientistas e tudo mais, podemos desaparecer no início desse processo.
“Ressaltamos que nossos cálculos, muito provavelmente, subestimam a gravidade da crise de extinção, porque o nosso objetivo era o de colocar um limite inferior realista sobre o impacto da humanidade sobre a biodiversidade”, escrevem os pesquisadores.
As extinções anteriores aconteceram por calamidades naturais (se bem que o dilúvio não foi natural). A que começou a ocorrer formos nós, bicho homem e bicho mulher, quem causamos.
Você pode pensar e dizer: estes cientistas podem estar enganados! Mas não estão. Eles afirmam que não há nenhuma dúvida de que começou a grande extinção em massa na Terra.
Extinções desde 1500
Desde o ano de 1.500, ano em que o Brasil foi descoberto, mais de 320 espécies de vertebrados terrestres foram extintos. As espécies que restaram estão declinando em média 25 por cento a situação é semelhante para os invertebrados.
Animais de grande porte – descritas como megafauna e incluindo elefantes, rinocerontes, ursos polares e inúmeras outras espécies em todo o mundo – enfrentam a maior taxa de declínio, uma tendência que corresponde eventos de extinção anteriores.
Você pode achar que podemos viver sem os animais, mas é um raciocínio errado. A existência humana depende deles e de seus “serviços” pelos quais não pagamos nada. A polinização, por exemplo, e a purificação de água em zonas húmidas em risco, é um serviço gratuito deles. Por isso, “a janela para a conservação de espécies ameaçadas está se fechando rapidamente”.
Vamos perder os benefícios da biodiversidade dentro de três gerações, conforme disse o professor e pesquisador Paul Ehrlich, do instituto Woods, Stanford para o Meio Ambiente, responsável pela pesquisa.
Segundo ele, “estamos serrando o galho, onde estamos assentado”. Pior é que realmente a terra pode não existir em um futuro próximo.
Como a humanidade está arruinando a terra
A população humana está aumentando bastante e, consequentemente, o consumo per capita e a desigualdade econômica está alterando ou destruíndo os habitats naturais, dizem os pesquisadores. Os principais impactos foram:
- Limpeza de terras para a agricultura e exploração madeireira
- Introdução de espécies invasoras
- As emissões de carbono que causam as alterações climáticas e a acidificação dos oceanos
- Toxinas que alteram e envenenam os ecossistemas
O estudo, publicada na revista Science Advances, serve de alerta, mas, de que adianta alertas, quando a estupidez humana só cresce? Que venha o Apocalipse! Merecemos.