Segundo o Arquivo Público do Distrito Federal, o Núcleo Bandeirante foi criado em 1956 com a chegada dos primeiros pioneiros. A região foi a primeira cidade-satélite do Distrito Federal e, naquela época, era chamada de Cidade Livre.
Aos 71 anos, Catarina do Nascimento conta que a situação financeira da família fez com que ela saísse de Anápolis (GO), em 1957, com a tia e a irmã em busca de trabalho na capital federal.
“Tivemos um período aqui muito difícil, não tinha energia. Água, a gente buscava da bica. Para lavar roupa, tinha de ir no córrego. No tempo de poeira, era só poeira que cobria tudo. Na época de lama, era só lama.”
Ainda assim, ela afirma que sempre gostou de morar na cidade. “Era uma época muito boa, o povo respeitava a gente, se você precisava de uma ajuda, sempre tinha gente.”
Dona Catarina viu Brasília crescer, acompanhou a construção da capital e viu também a transformação do Núcleo Bandeirante. Morou em outros lugares, mas acabou voltando para lá.
“A gente conhece todo mundo, bate papo com os vizinhos, não falta nada de comércio. Para mim, é a melhor cidade de Brasília para morar”, conta Catarina que viu os filhos crescerem na cidade. Para que o local fique ainda melhor, ela acredita que falta um pouco mais de atenção por parte dos governantes.
“Não tem calçamento, tem lixo na rua, isso também depende muito do povo. Sinto que o Núcleo Bandeirante é muito desprezado pelos políticos.”
Reportagem: Ana Cristina Campos e Michelle Canes
Fotos: Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira