Continuação da Parte 1
Na saúde
Hospital Regional e Socribi: A prefeitura não tinha um hospital próprio para atendimento na área de saúde, por isso mantinha um convênio com a Socribi – Sociedade Cristã Beneficente, o Projeto Rondom, da Universidade Mackenzie, Universidade de São Carlo/SP e com clínicas particulares, atendendo assim aos doentes.
Na época o prédio do Hospital Regional pertencia a Codevasf, mas a ação era da Socribi, prefeitura e governo do estado.
A prefeitura não podia melhorar o imóvel, porque pertencia a Codevasf. Contando com a intercessão do saudoso deputado Manoel Novaes, Joacy conseguiu o prédio do Hospital Regional, em regime de comodato, que ficou pertencendo à prefeitura, durante cinco anos.
Naquele período, ele o ampliou bastante, construindo quase a metade do que é hoje o Hospital Regional de Irecê. Neste ponto, ele destaca a ajuda do Dr. Jorge.
Treinamento de parteiras: Durante seu mandato, promoveu um curso de aperfeiçoamento para as dezenas de parteiras, espalhadas no município. Foi uma ação importante, pois além de treinar as curiosas, na zona rural, ainda lhes dava uma maleta com todo equipamento.
Na agricultura
Embora tenha ocupado posições destacadas em importantes cargos públicos, sua primeira atividade foi à agricultura. Sempre foi agrônomo e pequeno ou médio produtor rural.
Quando a Tramil – Tratores Agrícolas e Máquinas Irecê Limitada, empresa representante da Massey Fergunson, se instalou em Irecê, Joacy não só foi um dos sócios da empresa, mas também diretor gerente, durante um período relativamente grande.
Fato marcante na administração de Joacy foi que não houve um só ano que não estivesse em Irecê um ministro do Governo Federal, entre os quais: Mario Andreaza, Ângelo Calmon de Sá, José Lins, Delfim Neto, Amauri Stabili, Alisson Paulinelli, entre tantos outros. Isso resultava em recursos para Irecê e consequentemente em obras.
Nos grandes protestos
Como prefeito, vivenciou os fatos mais relevantes, entre eles a ampliação da enorme área agrícola de Irecê, que se transformou em uma das áreas de expansão agrícola nacional, promovida pelo governo.
Daí veio o Pró-feijão e outros importantes projetos, resultando em financiamento agrícola em larga escala.
A produção de alimentos em Irecê era prioridade do Governo Federal, porque o município tinha vocação agrícola e se localizava no Nordeste, sendo o principal abastecedor, durante as grandes secas. Irecê ganhou títulos como Capital do Feijão e Capital da Mamona.
No final dos anos 70, houve uma supersafra de mamona em Irecê e o Governo Federal relutou em comprar a produção, pelo preço mínimo, pois não tinha armazéns para comportar tanta produção, nem sacos para ensacá-la.
Revoltado com este menosprezo para com nossa agricultura, Joacy liderou uma cruzada com os agricultores. Convocaram a imprensa e a Tv Globo esteve presente.
Fizeram uma montanha de mamona e queimaram na entrada da cidade. O evento foi manchete de chamada do Jornal Nacional, que considerou o fato mais relevante daquele dia, os agricultores de Irecê, queimando mamona.
O protesto provocou uma mudança no comportamento do Governo Federal, que veio a comprar toda a safra de mamona de Irecê, dispensando até mesmo o uso do saco.
Comprou a granel, por metro cúbico. O próprio agricultor guardava o produto adquirido pelo governo em seu imóvel. E o que é mais importante: um ano depois a mamona triplicava de preço, tornando um dos fatores de desenvolvimento de Irecê.
Irrigação
O fato de Irecê possuir uma água salina com bicarbonato de cálcio, uma água pesada, dura, chamada C4, C3, excluía a região como apropriada para irrigação.
Várias ações do Denocs para construções de barragens, inclusive em América Dourada, foram descartadas. Alegavam que a água salgada iria salinizar o solo, danificando-o completamente.
Essa era a teoria, até que o governador Roberto Santos mandou estudar esse assunto, visando desmistificar a situação.
Foi então que um agrônomo chamado Nelson (Nelson Irmãozinho), grande cientista, veio pesquisar.
Na época não tinha um órgão de pesquisa e Joacy teve que trazê-lo através da Cerb, usando água de poços particulares de grande vazão, para estabelecer o sistema mais adequado de irrigação: infiltração.
Os dois primeiros sistemas foram instalados na fazenda de Benjamim Seixas Dourado, em América Dourada e outro na fazenda de Natanael Nunes Dourado, pai de Joacy.
Com isso, provou-se, cientificamente, para a Bahia e para o Brasil que a água de Irecê não salinizava, sabendo usá-la, mesmo irrigando por infiltração. E mais: a produção era recorde!
Na seca de 1976
Foi marcante a atuação de Joacy, em 1975/1976, quando era secretário do governo Ineny.
Naqueles anos, ocorreram uma das piores secas da história de Irecê e graças à ação humanitária do prefeito Ineny, juntamente com apoio do grande governador Roberto Santos, vinte e oito mil empregos foram criados e milhares de cestas básicas foram distribuídas.
Cibrazem
Outro fato marcante no governo Joacy, na área agrícola, foi a grande produção dos anos 80, quando o país não tinha feijão, ocorrendo um panelaço de protesto no Rio de Janeiro.
Enquanto o restante do país estava desabastecido de feijão, Irecê estava com milhares de toneladas, que poderiam perder, pois não tínhamos estradas, não tínhamos armazéns, nem secadores.
Na época prefeito, pediu uma força tarefa. O governo mandou o Derba vir acudir as estradas e que armazéns infláveis fossem instalados na região de Irecê, com a antiga Cibrazem, atual Conab, inaugurada por Joacy com o ministro Amauri Stabili.
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