Fonte: Livro Irecê – A Saga dos Imigrantes e Histórias de Sucesso, do escritor Jackson Rubem. 534 páginas. Editora Print Fox, ano 2004. ISBN: 85-87498-05-3 (OBS: material protegido pela lei de Direitos Autorais. Caso você reproduza alguma coisa, favor citar a fonte).
Começou vendendo água, lenha e bode
“Eu tenho uma certa cisma com a política. Costumo pensar: É Dodô… você não vai dar pra política não, porque você não acha que o feio é bonito! O feio é feio, o bonito é bonito, bom é bom e torto é torto”.
Sandoval Avelino de Oliveira, popular Dodô, é um exemplo para muitas pessoas, não só pela sua capacidade empreendedora, mas também por sua forte determinação e fé.
Enquanto muitos não conseguem se reerguer depois de uma forte queda, Dodô, mais de uma vez, recomeçou quase do zero, enfrentando todos os obstáculos e se saindo vitorioso.
Nasceu em Gentio do Ouro, terra de Corino Vitório de Oliveira, seu pai e de Arminda Avelino de Oliveira, sua mãe.
Ali viveu uma vida padronizada, com pouco dinheiro, principalmente depois da falência do comércio do pai, deixando-os em uma péssima situação financeira.
Depois do fracasso do primeiro comércio, Corino ainda teve ânimo para colocar outro, desta vez para a venda de gêneros alimentícios, mas não tinha vontade de trabalhar atrás de um balcão. Entregou aos filhos, Dodô e irmão, a responsabilidade de cuidar da empresa.
Aos 14 anos de idade, Dodô começou a trabalhar como vendedor de água, lenha e bode, em Gentio do Ouro.
Cheio de energia e disposição para o trabalho enfrentava as dificuldades do dia a dia e o cansaço advindo deste tipo de atividade, porque tinha um objetivo em mente: juntar algum dinheiro e conseguir ser alguém na vida.
“Comecei a trabalhar cedo, porque já tinha aquela vontade doida de ter as coisas. Queria trabalhar muito, para no futuro ter alguma coisa, pois para a pessoa ter alguma coisa na vida tem que tentar”.
Montava em um jumento e andava seis quilômetros, carregando quatro carotes de água, para o Sr. Turíbio Santos. Dois carotes deixava na casa de sua mãe e outros dois vendia para pessoas de maior poder aquisitivo, entre as quais Isaías Silva, que veio a ser seu empregado, em Xique-Xique, carregando água para ele nos períodos de seca.
Pouco tempo depois, além da água, lenha e bode, passou também a vender o leite que era tirado das vacas que seu pai criava.
No ano de 1952 até 1955, começou a frequentar os garimpos, indo com uma capanga e um martelo, procurando cristal. Algumas vezes conseguia e vendia para seu irmão mais velho, obtendo algum lucro. Ficava satisfeito, pois estava fazendo o que mais gostava: trabalhar.
Mas para trabalhar na profissão de capangueiro ou faiscador, caminhava 9 quilômetros para chegar ao garimpo, na mina de Sinhorim e mais 9 para voltar a sua casa, 18 quilômetros, todos os dias e conseguiu juntar algum dinheiro e planejar negócios mais lucrativos.
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