Continuação da Parte 2
A decisão de vir morar em Irecê
Depois de formada, Dra.Minaura tinha emprego garantido em Caém/Ba, terra de seu esposo Agnaldo, cujo primo era prefeito e estava precisando de médico no município, mas acabaria ficando em definitivo em Irecê.
Era mês de dezembro e ela veio para Irecê, em companhia de seu esposo Agnaldo, passar o Natal. Miguel, um pai extremamente amoroso, queria muito os filhos perto dele e pediu ao genro que tomasse conta de sua farmácia, pois estava aposentado e seus filhos não queriam. Um deles, Machado, era Engenheiro Agrônomo e ocupava a chefia da Ematerma. Outro, Luiz, tinha Farmácia.
Agnaldo refletiu na proposta do sogro e disse: “Seu Miguel, eu não tenho dinheiro para me associar ao senhor na farmácia” E o sogro disse-lhe: “Eu não quero que você entre com dinheiro, quero que você entre com trabalho”. Na época Agnaldo era funcionário de uma empresa de Salvador e pediu demissão e veio para Irecê.
Bastante satisfeito com a decisão do genro de morar em Irecê, Miguel construiu um consultório em cima da farmácia, com todos os equipamentos, para que sua filha pudesse trabalhar, enquanto fazia especialização em Salvador.
Foi um período de muito sacrifício para Dra Minaura, pois ela trabalhava de segunda a quinta em Irecê, viajava a noite para Salvador e fazia residência médica até no domingo, retornando para Irecê, onde continuava seu ciclo de trabalho:
“Eu adoro demais o que faço e me sinto realizada. Não me imagino fazendo outra coisa. Às vezes as pessoas dizem que não me veem em canto nenhum e que eu trabalho demais, mas eu acho que há outros que trabalham muito mais do que eu, principalmente aqueles médicos que dão plantão em vários hospitais”.
Além de ter cuidado da farmácia, durante alguns anos, Agnaldo tornou-se uma pessoa bastante popular em Irecê, razão pela qual se candidatou a vereador e foi bem eleito. Chegou a ocupar a importante posição de presidente da Câmara Municipal de Irecê.
Ele e Dra. Minaura tem uma filha que se chama Amanda e já concluiu o curso de Medicina, outro de nome Autran está no segundo ano de Medicina e Agnaldo Filho que está fazendo Direito, profissão que escolheu por gostar muito e não por influência dos pais, e a caçula Amine que é vestibulanda.
Citações
“Eu acredito em Deus. Lá em casa somos todos católicos e meu pai não admite que a gente diga que não tenha tempo de ir à igreja, mas realmente minha vida é tão corrida que às vezes eu não tenho”.
“Se me perguntarem o que eu mais sinto falta, direi que é de tempo. Eu queria ter mais tempo para ir à igreja católica ou de outras religiões. Eu acho bonito o culto, gosto de ouvir a palavra de Deus e não sou chegada a fanatismos. Do jeito que vou para uma posso ir para outra”.
“Minha filosofia de vida está ligada ao trabalho, eu acho que para mim é mais uma lição. Eu mergulho no meu trabalho e esqueço de tudo. E isso me dá prazer”.
“Minha secretária Lúcia toma conta de meus meninos há 22 anos e foi ela quem os criou, em parte, é claro. A outra toma conta da cozinha há 14 anos. Eu não brigo, não falo alto dentro de casa. É da minha natureza, meu jeito de ser, que é muito parecido com o de meu pai”.
“Modéstia à parte, me acho uma pessoa simples, de bom coração, que procura cumprir com minhas obrigações e sempre aberta para ajudar, para ouvir, para servir. Meu pai me disse que sou a tia Estelina em carne e osso”.
“Tudo depende da determinação, da paciência, do saber ouvir e o povo está precisando é disso. Eu não sou melhor do que ninguém, mas tenho um pouco mais de paciência para ouvir”.
“Eu me dedico muito ao que faço, pois não tenho outro meio de vida, por isso, tudo que faço tenho que fazer bem feito. Então é aquela história você não é perfeito, mas eu tenho consciência que se eu falhei com alguém na vida não foi por imprudência, nem também por negligência”.
“Espero demais que se invista em educação, um fator preponderante para diminuir a marginalidade no país. Se a pessoa não é educada, para ter acesso a um trabalho, vai para a marginalidade. Existe a exceção. Tem gente que é bandido porque a natureza é de bandido. A educação ajuda a você encontrar seus valores”.
“Eu gosto mais de servir do que ser servida e isso para mim não tem nada a ver com ser médica ou deixar de ser. Eu gosto de ajudar aqueles que estão perto de mim. Fico triste quando alguém perto de mim está sofrendo e eu não posso ajudar, porque nem sempre a gente pode. Ninguém pode tudo nessa vida”.
MAIS
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