Continuação da Parte 1
Infância de Minaura e estudos
Dra.Minaura nasceu em uma família que sempre valorizou a educação. Apesar de terem poucos recursos financeiros, nos anos 50, o pai dela investia tudo no estudo dos filhos:
“Eu realmente me pergunto como é que ele conseguiu formar a gente, manter-nos fora há 30 ou 40 anos atrás, com o custo alto?” – pergunta Minaura.
Estudou o primário em Uibaí e quando fez admissão passou em primeiro lugar, disputando com uma turma numerosa:
“Hoje é que eu sei o que isso representa. Naquele tempo nem tocava a gente, porque o sentido era diferente, mas fiz o primeiro lugar na admissão e ganhei um álbum de fotografias de presente que a professora me deu. Esse álbum eu guardo até hoje e tem uma dedicatória escrita por ela”.
Também guarda na memória os professores Olegário que foi diretor de colégio em Uibaí e um dos fundadores do Cnec; Pascoal, Terezinha(de Central), José Altair (de Xique-Xique) e Anete, grande incentivadora da educação naquela cidade.
Logo que concluíram a quarta série os jovens estudantes dispersaram-se, indo uns para Brasília e outros para Salvador. Minaura, no entanto, foi para Juazeiro ficar com um irmão que morava de favores na casa de um tio de Dr. Salmson, que era amigo do pai dela. Seu irmão, mais tarde viria a se formar em Agronomia.
Em 1969, Minaura mudou-se para Jacobina indo ficar no pensionato de uma amiga de seu pai. Matriculou-se no Colégio Comercial e estudou o segundo ano de Contabilidade, porque não encontrou vaga no Magistério.
Em 1971, foi para Salvador e estudou no Colégio Teixeira de Freitas formando-se em Contabilidade. Um ano depois, devido a dificuldades, retornou para Irecê e foi ajudar o pai na farmácia. Permaneceu um ano, depois voltou para Salvador, a fim de fazer cursinho.
O trabalho do pai e a decisão de estudar Medicina
Miguel Machado, um cidadão pacato e honesto, foi um verdadeiro empreendedor, exercendo várias atividades ao longo de sua vida. Fez tudo com muito amor, sempre merecendo respeito de todos.
Primeiro foi agricultor, depois caminhoneiro. Posteriormente botou um armazém e um curtume. Preparava o couro e algumas peças que eram revendidas já prontas.
Por último entrou para o ramo farmacista, ficando neste tipo de atividade durante quarenta e cinco anos, numa época em que quase 90% da população recorria ao dono de farmácia para passar remédio.
Enquanto isso, sua filha fazia cursinho em Salvador, mas não se achava preparada para Medicina na UFBA, porque na época a concorrência era muito grande e ela tinha feito um curso profissionalizante (Contabilidade) e não o Científico:
“Aí eu fiz vestibular para Farmácia Bioquímica na UFBA, fiz Letras com Inglês na Católica, porque eu gostava demais de Inglês e fiz Medicina na Baiana. Moral da história: passei na UFBA e me inscrevi. Passei na Católica, mas não me inscrevi, porque entre Letras com Inglês e Farmácia Bioquímica eu preferia esta última”.
Já bastante sossegada, porque já tinha um ótimo curso garantido na Universidade Federal da Bahia, onde estudaria sem pagar nada, aconteceu algo surpreendente, numa época em que jornal era muito difícil e só os órgãos públicos costumavam receber.
Minaura estava em sua casa, à noite, quando Ediu, um funcionário que trabalhava com Osvaldinho, no primeiro setor, perto da antiga delegacia, trouxe-lhe uma grande notícia:
“Minaura a Baiana divulgou a segunda lista e você passou em Medicina. Seu nome está aqui no jornal, junto com outros seis e você tem de viajar com urgência, senão perde a vaga”.
Foi uma agonia para ela, por causa da documentação. Afinal, estava sossegada, estudando Bioquímica e agora ia estudar Medicina.
Naquela noite mesmo, viajou para Uibaí, a fim de pegar a segunda via da certidão de nascimento com Dona Olga e ainda pegar um ônibus da Cristo Rei, para chegar a Salvador no dia seguinte, último dia para matrícula.
Dra. Minaura ainda tentou estudar as duas coisas, mas pesou demais e ela acabou ficando somente com Medicina, tornando-se médica no dia 3 de dezembro de 1980.
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