Atuação do Dr. Paulo Heber como empreendedor
Herdou do pai, Paulo Carneiro, a capacidade empreendedora. Apesar dele ter falecido com apenas trinta e três anos, deixou casa, comércio, gado e fazenda para a família.
“Saí da Barra há muito tempo, mas quando retorno lá e digo que sou filho de Paulo Carneiro, percebo a grande admiração que o nome de meu pai ainda exerce nas pessoas, apesar de ele ter falecido há mais de três décadas”.
“O empresário bem sucedido normalmente tem o dom para o negócio. Às vezes sai do nada e termina construindo um império, ao passo que a pessoa que não tem o dom herda o império e termina em nada”.
Logo que deixou a Embasa, onde adquiriu boa experiência na parte administrativa, foi trabalhar por conta própria. Aceitou convite para construir obras em Canarana, convidado pelo saudoso e dinâmico prefeito Videvaldo Seixas Dourado, Barro Alto; convidado pelo benfeitor, ex-prefeito e hoje secretário de obras, Vanderlei Seixas Dourado, Ibititá; convidado pelo baluarte administrador público, prefeito duas vezes, da cidade de Ibititá, saudoso companheiro, Vanderlino Dourado Matos.
Muitas vezes fazia os projetos e encaminhava para Silvio Dantas, em Brasília, o qual buscava os recursos.
Em um só ano, por exemplo, chegou a assinar cinquenta e oito projetos para construção de escolas, quadras, pavimentação e melhorias habitacionais.
Graças a seus projetos, muitas localidades ficaram com a aparência mais bonita e muitas cidades ficaram mais parecidas com cidades.
Atualmente, Paulo Heber é um dos sócios da Visual Projetos e Consultoria Ltda, em Salvador, que presta serviços para: CEF, BNB, BNDES, e em Irecê é sócio da INPROJEC – Incorporação, Projetos e Construções Ltda, que presta serviços para algumas prefeituras da microrregião de Irecê.
Um engenheiro bastante requisitado
Baseando-se naquelas matérias que sentia facilidade, principalmente matemática, fez vestibular para Engenharia Civil:
“A engenharia é muito exata, o técnico em si quase não aparece. Embora o engenheiro tenha uma participação muito grande, na construção da cidade, das grandes obras, dificilmente alguém o conhece”.
Exercendo a profissão de engenheiro há muitos anos, deixou marcas de seu trabalho eficiente em quase todas as cidades da microrregião de Irecê e fora. Em Irecê, por exemplo, participou da construção da Praça Mário Dourado (Praça das Rádios), Praça do Feijão, Escola do Paraíso, esgotamento do Bairro S. José. Ajudou também na reconstrução da cidade de Mulungu.
Em Feira de Santana, foi responsável pela construção da Lobras (Lojas Brasileiras), na época uma das maiores, com cinco mil metros quadrados de área construída. Em Salvador, participou da construção do Complexo Policial dos Barris.
Em Camaçari, participou da ampliação de várias fábricas no Polo Petroquímico como: Copene, Rhodia, RONAL, Nitrofértil, POLICENTRONATO, CEQUINE, CPC, etc.
Reflexões
“Às vezes, os políticos, talvez por limitadas condições, tornam-se pessoas escorregadias, de difícil convivência. Talvez isso aconteça pela situação em que vivem, com tanta cobrança, com tanta gente pedindo isso e aquilo. É uma maneira deles também se protegerem”.
“O ciclo da miséria: O homem do campo, expulso do seu habitat, pela seca ou falta de apoio vai para a cidade, cheio de filhos, sem nenhuma estrutura. Às vezes o pai de família não resiste, vendo o filho faminto chorando e na primeira oportunidade assalta. A polícia prende e espanca. E uma vez preso, ele não tem mais chance de emprego. E então os filhos vão à rua em busca de sobrevivência”.
“É no campo onde se tem a fartura. Se você mantém algumas famílias no campo, diminui a periferia miserável”.
“O país de amanhã vai ser feito por essas crianças de hoje. Se conseguirmos dar formação a elas, teremos amanhã um outro país”.
“Quando a pessoa que enxerga longe quer mudar, acaba pagando muito caro, pois a mudança é traumática”.
“Eu acho que Irecê é uma cidade abençoada. Se você for uma pessoa que gosta do trabalho e vier para Irecê, vai se dar bem. Quem gosta de Irecê, gosta de trabalhar”.
Como surgiu a lei da Ortoga d’água
Durante o período em que se encontrava na chefia da Embasa, ocorreu um grave problema de abastecimento que afetaria milhares de pessoas. O proprietário da área, onde a Embasa tinha um bom poço, queria fazer irrigação. Acontece que todos os poços que ele abriu na circunvizinhança não deram água para atender a sua pretensão. Então o que fez: abriu um poço bem mais profundo vizinho ao poço da Embasa, deixando a população de Irecê sem água.
O fato foi comunicado a superintendência em Salvador e em pouco tempo vieram os técnicos, para tentar locar poços em outros lugares, sendo um aberto no bairro Paraiso, mas a água era insuficiente.
Gerou-se uma grande crise entre o proprietário do terreno, a Embasa e a população que precisava de água. O então gerente, Paulo Heber, solicitou da ASJUR – Assessoria Jurídica, para pronunciar quanto a existência de dispositivo legal que impedisse um único cidadão prejudicar toda uma comunidade. A ASJUR informou-lhe que não existia.
Diante do problema a diretoria promoveu um seminário: “Proteção de Mananciais”. A Embasa não tinha as terras, mas deveria proteger a água do subsolo que é de todos.
No seminário, Dr. Paulo Heber apresentou sugestões como a criação de um órgão ligado à Secretaria de Saneamento que cadastrasse as empresas responsáveis pela abertura de novos poços na região, exigindo da mesma pedido de autorização para abertura de qualquer novo poço.
Este órgão deveria manter um cadastro atualizado de todos os poços da região em funcionamento ou não, para poder permitir os futuros pedidos de abertura de poços, com o intuito de evitar o ocorrido e mesmo entre irrigantes vizinhos, futuros problemas de suprimento d’água para suas irrigações.
Seria celebrado convênios entre a Secretaria de Saneamento com Coelba e Agentes Financeiros para atender apenas os novos poços que fossem autorizados pelo órgão anteriormente citado. Essa autorização deu-se o nome de “Ortoga d’água”.
O seminário trouxe bons resultados. Deixou normas proibindo o uso de defensivos em áreas próximas a poços da Embasa e proibiu a irrigação em manancial a montante de captação, operado pela empresa.
O que mais sente falta em Irecê
Segundo o engenheiro, a cidade precisa de uma mudança radical quanto a opção de lazer, pois, principalmente nos finais de semana, ou durante os feriados, Irecê é uma cidade morta.
É preciso criar atrativos em termos de lazer para os jovens, pois ao saírem para estudar fora, eles não têm vontade de retornar, nem mesmo nos feriados prolongados. E quando se formam, não querem retornar, trazendo os conhecimentos adquiridos nos grandes centros: “O lazer não é só para quem tem dinheiro. O lazer deve ser garantido indistintamente a todos”.
É gritante também o desinteresse dos poderes públicos, quanto a reconhecer através de moções, comendas e outras formas, profissionais de diversas áreas, que se destacam, a exemplo do que é feito em outras cidade até de menor porte. O reconhecimento estimularia outras pessoas a se espelharem neles.
MAIS
Biografia Dr. Paulo Heber – primeira parte
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Paulo Heber diz
Olá grande Jackson Rubens, que grata surpresa saber que seu, espetacular, trabalho esta na grande rede. Hoje como amanhã, o mesmo servirá de fonte de pesquisa para todos, principalmente para os mais jovens.