Fonte: Livro Irecê – A Saga dos Imigrantes e Histórias de Sucesso, do escritor Jackson Rubem. 534 páginas. Editora Print Fox, ano 2004. ISBN: 85-87498-05-3 (OBS: material protegido pela lei de Direitos Autorais. Caso você reproduza alguma coisa, favor citar a fonte).
Um pouco da sua origem
“Minha filosofia de vida: trabalhar e servir ao próximo. Eu tenho essa coisa natural e por isso sempre estou envolvido com entidades filantrópicas, ajudando a minha comunidade. Minha vida toda foi pautada nesse sentido”.
Natural de Itambém-Ba, cidade que fica perto de Itapetinga, o cidadão Antonio Mudesto Trancoso, nasceu no dia 11/04/1948, filho de Dona Clemide Pereira Silva Rocha (Mide) e de Cícero Trancoso Rocha, o qual tinha ascendentes em Minas Gerais, provavelmente descendentes de portugueses.
O pai faleceu em 1992, mas a mãe vive com boa saúde, em Itapetinga/BA, junto com os outros filhos: “Somos 10 irmãos e nossa mãe é a baluarte de todos nós”.
Começou seus primeiros estudos em Itapetinga, onde fez o primário e se formou em Técnico em Contabilidade, profissão que adquiriu e que exerceu somente durante a sua carreira de bancário, por vários anos, antes de se tornar gerente do banco.
Estudou também Administração de Empresas, mas não concluiu o curso. Movido pelo interesse de aprender cada vez mais, fez vários cursos complementares, principalmente depois que começou a trabalhar em banco, empresa que sempre queria manter os funcionários atualizados.
“Eu acho que fui um bom aluno. Gostava de trazer o material da escola organizado e até hoje procuro manter as coisas em ordem. Na verdade fui um aluno dedicado, estudava muito e nunca perdi de ano. Até hoje gosto de estudar e de ler”.
Trabalhando desde a infância
Aos onze anos de idade, bastante jovem, portanto, começou a trabalhar em uma gráfica, ficando nesta atividade alguns anos.
“Eu acabei deixando a gráfica para ir trabalhar no Banco, porque naquele tempo o banco era um grande emprego. Bancário tinha até certa expressão. Hoje as situações divergiram, diversificaram tanto, que existem muitas profissões melhores do que a de bancário”.
Mudesto entrou no banco aos dezoito anos, trabalhando inicialmente no banco Bradesco, por dezenove anos. Em seguida, trabalhou também no Banco Econômico e no Itaú. Foi bancário, durante vinte e dois anos e galgou posições máximas, vindo a ser gerente destas instituições.
“Se não começasse como bancário, eu seria hoje um empresário na área gráfica, porque eu acho que é uma das melhores atividades profissionais e empresariais que a pessoa pode fazer”.
Logo que saiu do banco, em 1989, perguntou para si mesmo: “E agora, o que vou fazer? Não estou aposentado, tenho que exercer alguma atividade”. Decidiu pela carreira de prestação de serviços, entrando na área imobiliária: “Trabalho desde os 11 anos de idade. Não sou rico, mas acho que a riqueza maior é ter condições de trabalhar e ter saúde”.
O que o motivou a vir para Irecê
Antonio Mudesto Trancoso (Mudesto) veio para Irecê em 1975. Era subcontador do banco e já estava há dois anos em uma mesma agência. Sentia que a necessidade de procurar outra agência em outra cidade era boa para sua carreira e acha que Deus o guiou naquela ocasião.
Procurou a diretoria do banco e disse seu desejo de trabalhar em outra cidade, onde poderia desenvolver mais seu trabalho de bancário.
“Na ocasião tinha duas agências, uma em Ilhéus, cidade grande e importante, mas eu ia para lá como contador e minha carreira poderia ficar por muito tempo como contador. A outra era Irecê, eu viria como contador também, mas dentro de poucos meses poderia ser promovido. Então eu não medi esforço para vir para Irecê”.
Mudesto na sociedade ireceense
Mudesto sempre foi uma pessoa bastante social, amigo de todos. Atualmente participa da Associação Comercial de Irecê, da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, Loja Maçônica e ainda do Conselho Comunitário de Segurança, sendo um dos fundadores.
Outra entidade da qual faz parte há muito tempo, desde outubro de 1976, é o Lions Club, uma entidade filantrópica cuja finalidade é ajudar as pessoas mais carentes da comunidade.
Grande parte do seu interesse em estar servindo a comunidade, fazendo parte de entidades filantrópicas, vem do seu sentimento religioso de amor ao próximo:
“Acredito em Deus piamente. Eu acho que Deus é tudo na vida da gente. Nossa existência deverá estar sempre pautada e baseada nos ensinamentos do Mestre Jesus”.
Talvez tenha sido este forte sentimento de fé, que o fez suportar a perda de um ente querido, após ter enfrentado imensas dificuldades. Sua primeira esposa chamava-se Soraia.
Ele casou-se com ela em maio de 1975 e nove meses depois ela lhe deu seu primeiro filho: Bruno. Depois dele, por adoção, chegou Gabriela que também foi a grande alegria da família.
Logo após o nascimento de Bruno, Soraia começou a apresentar problemas de saúde e o médico de Irecê recomendou procurar especialistas nos grandes centros. Daí para frente, foram oito anos de tratamento ininterrupto em Salvador e em São Paulo.
Tratava-se de um problema cardíaco, que a medicina da época estava impossibilitada de resolver, porque até mesmo o transplante ainda estava em fase de estudo, como está até hoje. Os resultados não eram esperançosos e Soraia faleceu em 02.03.1984, em Feira de Santana.
“Isso foi a coisa mais difícil que passei em minha vida. É realmente difícil de encarar. Saber que não tem retorno, nem solução é como você sentir a sensação angustiante de incapacidade”.
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Antônio Modesto Filho diz
Sou descendentes dos trancoso, meu pai (antonio trancoso da rocha) é de itambé/ba. Está sendo deslumbrante saber de informações de meus antecessores.