Ataque cibernético massivo é uma ameaça que pode ocorrer a qualquer momento nas grandes empresas. E foi isso que aconteceu ontem, sexta-feira, 21 de Outubro, afetando grandes sites como o Twitter ou Spotify.
O ciberataque de ontem levantou alarmes sobre a vulnerabilidade dos sistemas de computação nos Estados Unidos.
E o governo dos Estados Unidos abriu uma investigação para “atividades maliciosas” na negação de serviço (DDoS), registrado contra os servidores utilizados por empresas populares como Twitter, Spotify, Tumblr ou The New York Times. Os ciberataques incidiram sobre empresas de gestão de tráfego na web como Dyn e Amazon Web Services.
Três ondas de ataque cibernético
Pelo menos três ondas de ataque cibernético obrigaram a Dyn, uma empresa de gestão do funcionamento da Internet com base em nuvem, sediada em New Hampshire (EUA), a buscar formas de atenuar a sobrecarga e impedir que centenas de sites em todo o mundo ficassem inacessíveis.
Estes ciberataques ocorreram de forma intermitente, ao longo da sexta-feira, e começaram na costa leste dos EUA, antes de se espalharem para outras partes do país e da Europa, e derrubar esses sites.
De acordo com a investigação preliminar, recorreu-se a dispositivos pouco sofisticados como câmaras e gravadores digitais para lançar esta operação. Finalmente, às 18h00 hora local, Dyn anunciou que tinha conseguido parar a ofensiva e restaurado o serviço regular.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que o governo, por meio do Departamento de Segurança Nacional, está investigando as causas e possíveis autores, e recordou a importância de reforçar a segurança. “No momento não temos informações sobre quem poderia estar por trás deste ataque” disse Earnest, em uma conferência de imprensa, na sexta-feira.
Por sua vez, os especialistas alertaram sobre a escala surpreendente do ataque, já que apontou para os comutadores centrais que gerem o tráfego Internet, algo sem precedentes. “Nós nunca vimos nada parecido com isso projetado para derrubar tantos sites”, disse David Jones, diretor da empresa de engenharia de vendas Dynatrace.
“Geralmente estes ataques de negação de serviço focam em sites individuais. As direções de DNS são como uma lista telefônica: é como se alguém ataca a empresa de telefonia e queima todas as listas de uma só vez”, alertou Jones, em declarações a cadeia CNN.
Por enquanto, ninguém assumiu a responsabilidade para o ataque, o que aumentou a incerteza sobre as razões.
Esta operação acontece em plena eleição presidencial dos EUA, em que houve denúncias de tentativas de hackers de sabotar os comícios.
Será se a Rússia está envolvida no ataque cibernético?
No início deste mês, o diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, apontou diretamente para a tentativa da Rússia de invadir a redes de computadores do Comitê Nacional Democrata, para interferir nas eleições que enfrentam o candidato republicano, Donald Trump, e a democrata Hillary Clinton.
Além disso, o WikiLeaks vazou milhares de documentos e e-mails de John Podesta, chefe da campanha de Clinton, em uma tentativa de revelar conversas privadas da candidata.
Na verdade, a organização divulgou uma mensagem em sua conta no Twitter, na sexta-feira, afirmando que seus seguidores podem ser alguns dos responsáveis pelo ataque. “O Sr. Assange ainda está vivo e WikiLeaks continua publicando. Pedimos aos nossos seguidores que parem de derrubar a internet nos Estados Unidos. Vocês já mostraram a sua posição”, disse ele.
As informações são do jornal espanhol 20Minutos com a EFE.