Ontem dia 6 de junho os jornais e sites do mundo destacam a morte do escritor de ficção científica, Ray Bradbury, aos 91 anos.
A morte do escritor me abalou um pouco, porque a leitura de seus livros fazia parte do meu passado. Eu me lembro das sensações emocionantes lendo obras como Crônicas Marcianas, escritas por ele nos anos 50 e bastante lidas até os dias de hoje.
Talvez exista certa identidade entre mim e ele e entre todos nós terráqueos e Ray Bradbury, por conta daquilo que Carl Gustav Jung chamou de inconsciente coletivo. No meu caso, é provável também que as sensações que sentia, durante a leitura de suas obras, estejam associadas ao fato de viver no mundo da lua, sempre divagando, pensando em coisas fantásticas, algo patológico, pois até hoje não posso dirigir, por conta destes vôos imaginativos, destas distrações, deste TDA que acomete 10% da população mundial adulta.
O escritor Ray Bradbury, em minha opinião, foi fantástico, um profeta do passado, cujas profecias se cumprem em nosso presente. Notem como são marcantes e atuais estas frases que ele escreveu em 1950:
“E os homens se lançavam ao espaço. Em princípio só uns poucos, umas dezenas, porque quase todos se sentiam enfermos”.
Escritas há mais de meio século, estas frases vislumbravam nossa atualidade onde os homens estão olhando o espaço como única solução para sobrevivência humana, mas, eu diria, os hospitais, as clínicas, os centros de saúde estão abarrotados de humanos, quase todos se sentindo enfermos.